O formato híbrido é uma tendência para 2022, mas para alcançar os objetivos em resultados e coesão da equipe, os líderes precisam conhecer os desafios desse novo modelo.
O contexto do trabalho no pós-pandemia é complexo, visto que não existem respostas prontas ou fáceis para o futuro próximo e as soluções deverão ser pensadas de forma personalizada às necessidades de cada companhia. Entenda mais sobre o formato híbrido a seguir!
Qual o contexto do trabalho pós-pandemia?
Um estudo da consultoria McKinsey comparando o pré e pós-pandemia relevou que, anteriormente, 62% dos trabalhadores preferiam o trabalho presencial, 30% o formato híbrido e 8% o totalmente remoto.
Após a pandemia, o cenário mudou e 37% preferem o presencial, 52% o híbrido e 11% o remoto.
Ou seja, atualmente, mais profissionais estão preferindo o formato híbrido.
Uma das respostas possíveis para entender esse contexto é que o trabalho exclusivamente remoto, durante a pandemia da Covid-19, trouxe experiências positivas e negativas aos profissionais.
Entre os aspectos favoráveis, destacam-se a reconexão com a família, a flexibilidade e uma avaliação satisfatória da própria produtividade.
Como fatores prejudiciais incluem-se fadiga, dificuldade de desconectar do trabalho, estresse e enfraquecimento do senso de pertencimento.
O formato híbrido pode ser visto como uma resposta para equilibrar os aspectos positivos e negativos dessa experiência, porém um bom resultado só será alcançado com o papel dos líderes.
5 desafios do formato híbrido em 2022
As lideranças são uma peça-chave para que os fluxos de trabalho dos departamentos sejam eficientes, independentemente do modelo adotado.
O formato híbrido, que com o avanço da vacinação passa a ser uma escolha das companhias e não mais uma necessidade do momento sanitário, deve ser estruturado estrategicamente.
Diferentes fatores vão influenciar, como departamento, workflow, perfil dos colaboradores, segmento, nível de digitalização dos processos e outros.
Dessa forma, mapeamos alguns dos desafios do formato híbrido para lideranças em 2022, mas é sempre necessário avaliar o contexto específico da empresa.
1. Cultura organizacional
Um dos principais desafios do trabalho remoto entre 2020 e 2021 foi a manutenção da cultura organizacional e o formato híbrido também implica nessa área.
A cultura organizacional consiste nos valores que direcionam as atividades da companhia e pode ser vista de uma forma geral, nos objetivos de mercado da marca, e de forma específica, nas ações diárias dos colaboradores.
De fato, o trabalho híbrido ou remoto causa um distanciamento que dificulta esse aspecto, porém não o inviabiliza e nem impede sua renovação.
A cultura organizacional não é algo estático e deve estar em atualização constante, assim como a companhia em si.
Dessa forma, para que seja efetiva no formato híbrido, os líderes têm que considerar tanto essa flexibilidade como garantir que os valores da companhia estejam imbricados nas diferentes práticas do dia a dia, incluindo nos processos.
Com essa mudança de perspectiva será possível manter a cultura organizacional viva mesmo com os colaboradores alternando entre trabalho presencial e remoto.
2. Pertencimento
Na mesma linha da cultura organizacional, o senso de pertencimento dos colaboradores também foi comprometido com o distanciamento.
O formato híbrido é mais favorável que o remoto para retomar o senso de pertencimento das equipes. Algumas recomendações incluem:
- melhore a comunicação interna;
- estabeleça canais e momentos para ouvir os colaboradores;
- desenvolva ações conjuntamente e trabalho em equipe;
- reconheça as conquistas profissionais;
- valorize a qualidade de vida dos colaboradores e familiares.
O pertencimento é desenvolvido tanto no dia a dia, como em ações específicas que agregam valor à vida profissional e pessoal dos colaboradores.
3. Comunicação
Um dos principais desafios das lideranças em 2022 é renovar a comunicação com as equipes e isso não significa calls infinitas.
Se o período inicial do trabalho remoto ensinou algo é que reuniões não significam necessariamente boa comunicação interna, pelo contrário, pode acabar afastando e comprometendo a produtividade e desempenho das equipes.
Uma comunicação eficaz implica, em muitos casos, em saber delegar a responsabilidade e confiar na capacidade de priorização e gerenciamento dos subordinados.
O formato híbrido incentiva um tipo de organização mais fluída e descentralizada, modelo que deve ser conversado entre líderes e equipes para um alinhamento na forma de atuação.
Entre os desafios das empresas na comunicação com as equipes no pós-pandemia está, inclusive, compreender o que os colaboradores almejam.
Como visto, a experiência do trabalho remoto trouxe experiências positivas e negativas e muitos ainda não sabem como ponderar sobre o que foi a experiência de trabalho dos últimos dois anos.
Os líderes devem compreender esse momento e oferecer suporte no ambiente profissional considerando essa transição que afeta as companhias, mas também seus colaboradores.
4. Conformidade legal nesse novo formato híbrido
Com o avanço da vacinação e melhora da condição sanitária, muitas empresas começaram a chamar seus profissionais de volta ao escritório com receio das demandas legais do trabalho remoto e do formato híbrido.
Desse modo, é importante que os departamentos de recursos humanos estejam alinhados com as lideranças no mapeamento das regras legais para o novo formato de trabalho e considere mudanças contratuais.
Também é importante que se estabeleçam limites na relação de trabalho, como por exemplo, o horário de expediente que foi um aspecto crítico para os profissionais em trabalho remoto.
A necessidade de estar sempre à disposição para o trabalho elevou níveis de ansiedade e estresse e, também, tem implicações legais.
Dessa forma, as empresas precisam estabelecer políticas claras, objetivas e transparentes sobre as comunicações à distância, como definindo horários às demandas corporativas.
Assim, o líder tem como função informar sua equipe sobre essas regras e também garantir seu cumprimento.
5. Ferramentas para o modelo híbrido
Na migração inicial para o trabalho remoto as empresas tiveram experiências distintas de acordo com o nível de digitalização dos processos.
Agora, a maior parte das companhias já conta com um aporte tecnológico favorável ao formato híbrido, no entanto, esse aspecto não deve ser esquecido pelos líderes.
Apesar de ferramentas que viabilizam essa operação remota, é fundamental investir em modernização constante das ferramentas uma vez que novas tecnologias surgem para se adequar ao novo contexto corporativo.
A estagnação em ferramentas que surgiram como soluções iniciais e, muitas vezes, urgentes, não extrai o potencial máximo dos processos e colaboradores, comprometendo a produtividade e eficiência.
Os líderes precisam estar atentos aos desafios do formato híbrido e, principalmente, refletir sobre soluções ativas e envolventes para suas equipes. Esses são algumas das questões que devem emergir em 2022 sendo necessário debruçar-se sobre elas.
Por Iara Schiavi
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