O crescimento do e-commerce somado ao momento econômico faz com que muitos profissionais vejam esse segmento como uma oportunidade de geração de renda e autonomia financeira. No entanto, uma das primeiras dúvidas que surgem é o que vender online.
De fato, a escolha do produto ou mix para vender online é determinante para o sucesso desse tipo de negócio, o que faz com que esse aspecto deva ser corretamente planejado e avaliado.
A seguir destacamos como o e-commerce tem se consolidado no Brasil e quais critérios usar na definição do que vender em uma loja online.
O importante crescimento do e-commerce no Brasil
O crescimento do e-commerce no Brasil é o que motiva que novos empreendedores estejam olhando para esse segmento, além do investimento de gigantes que desejam consolidar a presença online das marcas.
Segundo a pesquisa Webshoppers de 2018 realizada pela Ebit e Elo, em 2017 o faturamento do e-commerce foi R$ 47,7 bilhões, o que representa um crescimento de 7,5% em relação a 2016. Foram realizados 111,2 milhões de pedidos, enquanto 2016 registrou 106,3 milhões de compras. Além disso, o ticket médio apresentou um crescimento de 3%, fechando 2017 em R$ 429.
O crescimento no número de consumidores ativos também é um indicativo positivo. De 47,93 milhões em 2016 para 55 milhões em 2017, o que representa um crescimento de 15%.
Esse cenário motiva novos investidores, no entanto, a inexperiência em vender online exige um olhar atento no planejamento da loja virtual para que ela atenda às expectativas e possa dar o retorno esperado.
Dessa forma, uma das primeiras decisões a serem tomadas refere-se ao segmento de atuação e produtos que serão comercializados.
Quais critérios usar para definir o que vender online?
A escolha dos produtos que serão vendidos online impacta as chances do negócio prosperar, pois envolve se o planejamento é adequado ao público, considera a concorrência, se tem mercado, se a margem de lucro é compatível com os investimentos etc.
Devido à importância dessa escolha ela deve ser realizada considerando uma série de critérios objetivos sobre a abertura de um negócio. Algumas das facilidades relacionadas a vender online (como flexibilidade de tempo) não reduzem a necessidade de um planejamento estratégico que considere as características do segmento.
Confira a seguir 10 dicas de como escolher um produto para vender online com mais chances de sucesso!
Segmento de interesse
O primeiro passo é definir o tema ou área do seu interesse. Essa familiaridade com o segmento é importante, pois ele será o foco de todo o negócio nos anos seguintes. Uma área que você desconhece pode trazer surpresas indesejadas quando o negócio já estiver em operação.
Além de gostar da área, é preferível optar por algum segmento que você tenha experiência prévia. Esse fator proporciona mais segurança no empreendimento, facilitando a etapa de planejamento e pesquisa de mercado.
O ideal é conseguir unir esses dois aspectos, caso não seja possível, opte pelo segmento que você se sente mais confortável atuando e claro, desde que os demais critérios também o apontem como uma alternativa adequada.
Especialização do nicho
Atualmente, uma opção que une as demandas do público com as do mercado é optar por nichos altamente especializados. Por exemplo, alimentos e bebidas é um nicho, doces artesanais orgânicos é uma especialização dele.
Essa opção é possível em quase todos os nichos, como em moda atuar com camisas geeks, ou em eletrônicos atuar com acessórios gamer, e também em casa e decoração, especializar-se em cortinas.
A especialização do nicho garante que você terá uma delimitação de concorrência e público-alvo muito específica, o que ajuda na etapa de planejamento do negócio. Além disso, esse detalhamento garante que haverá mais personalização do atendimento, o que viabiliza uma estratégia de fidelização mais consistente.
Procure tendências
Se já tiver escolhido um nicho do seu interesse e especificado ele é hora de ir mais fundo na pesquisa realizada para identificar as tendências do segmento e já iniciar o negócio na vanguarda.
As tendências podem ser relacionadas tanto a especificidades do produto em si, como no caso dos doces que pode ter opções veganas, uma demanda atual do público, mas também do relacionamento com os consumidores, posicionamento da marca, estratégias de vendas, logística etc.
Por exemplo, no caso dos doces veganos a empresa deve ser comprometida com a causa da sustentabilidade, que se trata de um aspecto importante para o público. Considerar essas características já na etapa de pesquisa é importante para que o negócio inicie a atuação com mais solidez.
Mercado e concorrência
Essa pesquisa deve ser realizada em qualquer negócio, de qualquer tamanho e segmento e no e-commerce não seria diferente. Primeiro, o produto que você escolheu vender online tem mercado e demanda?
Uma forma de entender essa questão é verificar se o produto que você quer comercializar atende a alguma necessidade do público. Ele é útil? Tem demanda? Quem compraria? Considere inicialmente essas questões.
Além disso, avalie a concorrência. As empresas que já vendem esse produto atendem os seus potenciais clientes então avalie os preços praticados, satisfação dos consumidores, tempo de entrega, diferenciais do negócio, linguagem, presença na internet, estratégias de relacionamento etc.
Todas as informações descobertas sobre a concorrência ajudam a enriquecer a estratégia da empresa e podem transformar-se em diferenciais importantes na hora de iniciar o negócio.
Sazonalidade
Pesquise antecipadamente se os produtos que você quer vender online sofrem com sazonalidade. Se for um único tipo de mercadoria, esse aspecto pode apresentar um risco inicial grande, mesmo que a loja virtual seja lançada na época de saída do produto, pois são necessários alguns meses para estabelecer uma presença online.
Por exemplo, se no nicho de sapatos você só comercializar botas pode ter uma grande dependência dos meses de maio a setembro para vender e passar o restante do ano com vendas inexpressivas.
Pesquisa do público-alvo
Um aspecto central em um negócio é mapear o público-alvo. Ele consistindo em um recorte mais geral incluindo gênero, faixa etária e renda dos consumidores, por exemplo, mulheres, de 25 a 45 anos que pertencem à classe C.
Essa informação é fundamental para determinar diferentes aspectos do e-commerce, como:
- linguagem e tom que serão adotados na comunicação e relacionamento;
- canais usados para divulgação dos produtos;
- estratégias de relacionamento com o público, como o e-mail marketing;
- diferenciais que a loja vai oferecer para conquistar os clientes.
Portanto, conhecer o público determina todas as estratégias que serão adotadas e influencia também questões como preços que serão praticados, logística, divulgação etc.
Preço e margem de lucro
Sem avaliar previamente o preço dos produtos a serem comercializados e a margem de lucro que pode ser praticada, o lojista ficará refém de um mau planejamento que pode significar a inviabilidade da empresa.
Por exemplo, deve-se considerar a busca por fornecedores mais baratos, mas que possam garantir a qualidade do produto e recorrência da compra, ao mesmo tempo é preciso verificar se seu produto não ficará muito mais caro que o da concorrência.
A margem de lucro deve ser calculada de forma que viabilize a operação financeira do e-commerce, sem correr o risco de gerar prejuízos devido um cálculo errado.
Logística
Quando se está começando um e-commerce deve-se considerar que a logística é um dos aspectos mais críticos, inclusive se você contar com um software de automação de estoque (o que facilita bastante a gestão e administração do negócio). No quesito logística deve-se considerar questões como:
- quanto tempo meus fornecedores demoram para entregar os produtos (e qual o tempo para pagá-los);
- se a mercadoria tem data de validade e qual a rotatividade dos produtos;
- como será realizado o armazenamento dos produtos;
- como funcionará o envio (se por Correios ou transportadora) e como será calculado o frete;
- se o produto exige cuidados especiais de armazenamento ou despacho, como itens frágeis;
- como será realizado o controle de estoque, se automático ou manual;
- se será incorporado um software para que o cliente possa acompanhar o envio do produto.
Verifica-se, portanto, que a logística é uma das etapas mais complexas do e-commerce e ela influencia diretamente a satisfação do cliente com a marca. Por essa razão, ela precisa ser analisada previamente e devem ser evitados produtos que possam apresentar potenciais problemas, como complexos de armazenar e transportar ou com validade curta, por exemplo.
Fornecedores
Como afirmamos anteriormente, se você não encontrar fornecedores confiáveis para o nicho no qual pretende vender online é melhor mudar de nicho a correr esse risco.
Os fornecedores são parte fundamental da empresa, sem eles a operação do e-commerce não acontece. Dessa forma, além de buscar parceiros com preços competitivos é preciso atentar-se à confiança no fornecedor, se ele tem condições de atender a sua demanda e manter a parceria caso o negócio cresça e passe a depender mais dele.
Escalabilidade da loja virtual
Por fim, um último critério que deve ser analisado para verificar qual produto vender online refere-se à escalabilidade da loja virtual. É muito danoso à imagem da marca começar a vender e quando consolidar as vendas precisar negar pedidos devido à falta de capacidade de oferecer o produto comercializado.
Por sua vez, também é um problema se a marca tiver um público muito restrito e dessa forma não apresentar chances de crescimento, ficando estagnada. Portanto, verifique as duas situações antes de começar, nem restringir muito o público e nem expandindo rápido demais e tornar-se incapaz de crescer conforme a demanda (o que pode acontecer principalmente em caso de produtos artesanais, por exemplo).
Seguindo esses 10 critérios você tem mais chances de colocar no mercado um produto exclusivo, com diferenciais em relação à concorrência, bons preços e atraindo um público mais qualificado desde o início.
Para vender online, independentemente do produto escolhido, é essencial planejamento e estratégia de mercado, contanto preferencialmente com parceiros especializados nas áreas sensíveis no e-commerce, como marketing digital, plataforma e logística.
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